Trabalhar com inúmeras demandas, sobre pressão para entrega de resultados comerciais, na grande maioria das vezes com limite e escassez de recursos e orçamento, com equipe reduzida e sobrecarregada de trabalho, possuir conhecimento técnico e setorial, saber priorizar os temas efetivamente relevantes, ter uma comunicação efetiva, apresentar-se colaborativo com as demais áreas de negócio, gerir conflitos, apoiar a transformação digital, garantir mais transparência às operações, implementar a governança corporativa, antecipar e gerenciar riscos, fortalecer as estratégias, liderar times e possibilitar a capacitação e desenvolvimento individual de cada membro da equipe. UFA! E os desafios dos advogados in-house não param por aí!
Influir em um ambiente de negócios dinâmico, globalizado, surpreendente e desafiador, demanda cada vez mais dos advogados in-house, que necessitam ter visão de negócio, atenção às novas tendências e oportunidades de mercado. Pensar não só com a cabeça de advogado, mas também de empresário, apoiando os negócios e atuando de maneira integrada à mentalidade e aos objetivos da empresa.
Podemos citar ainda outros vários desafios como a dificuldade de organização de processos internos e, muitas vezes, a dificuldade de integrá-los com o restante da companhia, a necessidade de impulsionar a expansão dos negócios comerciais através do desenvolvimento de novas estratégias que sejam fiscalmente eficientes, a necessidade de experiência e consolidação do conteúdo técnico legal em várias áreas que possam permitir que o advogado in-house lidere com maestria: (i) operações societárias; (ii) operações de fusões e aquisições (M&A); (iii) realize o acompanhamento de forma ativa das operações submetidas à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica); (iv) participe de forma estratégica em procedimentos arbitrais; (v) assessore questões relacionadas a propriedade intelectual e campanhas publicitárias; (vi) coordene processos de exportação de produtos; (vii) habilitação de plantas fabris; (viii) desenvolva capacidade negocial para assumir a liderança em negociações sindicais encontrando soluções pacificas com o fim de se evitar conflitos e situações de greve. A lista dos desafios do advogado in-house parece realmente não ter fim!
Isso sem falar na atuação interna que o advogado in-house acaba exercendo em várias frentes através da atuação ativa em uma infinidade de comitês e/ou órgãos diretivos internos da administração que englobam áreas vitais das companhias como: Diversidade, Recursos Humanos, Segurança Industrial, ESG, LGPD, Desenvolvimento de Novos Produtos, Inovação, Ética e Implantação de novos sistemas, entre outros.
Para superar todos estes desafios, os advogados in-house devem sempre se manter atualizados com as novas tendências de mercado relacionadas ao setor de atuação. Além disso, desenvolver o domínio da linguagem do business da empresa é essencial com intuito de garantir a melhor oportunidade na realização dos negócios para a companhia.
Nesse cenário é necessário liderar equipes direcionando esforços para a estruturação e otimização de departamentos, investir no desenvolvimento de talentos, apostar na força do trabalho em conjunto e cultivar um ambiente onde cada membro se sinta valorizado, ouvido e engajado com o propósito que norteia as atividades da companhia.
É essencial desenvolver projetos através de realizações participativas, fazendo com que as pessoas se comprometam com as causas da companhia e lutem por propósitos comuns, ajudando ativamente na definição de metas e objetivos. Envolver o time com sentimentos de felicidade e motivação profissional, sem dúvida alguma é um grande termômetro do crescimento econômico da própria empresa.
Dentre tantas premissas, podemos afirmar que os desafios do advogado in-house são inesgotáveis, e para sobreviver nesse complexo universo, o advogado in-house deve não somente dominar regras do direito em geral, mas também aprender a dialogar com as ferramentas do bussiness da companhia sendo útil em atividades complexas e auxiliando na tomada de decisões refinadas e sempre buscar inovar e a se desprender de modelos tradicionais, explorando novas alternativas e formas disruptivas, apostando na desburocratização de processos e tendo consciência de que o conteúdo jurídico necessita chegar a todos e por isso é essencial que ele seja transmitido de forma didática, simples, fluida e sem margem para lacunas de interpretação.