ESG

FILASA 2025: Painel debate riscos de terceiros em práticas ESG

Mesa apresentada pela KPMG levantou questões sobre corresponsabilidades na cadeia produtiva.

O painel “ESG na prática: monetização dos pilares na cadeia de terceiros” foi apresentado pela KPMG na 6ª edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA). Compuseram a mesa Eduardo Pignata e Gustavo Rela, ambos da Volkswagen, e Maria Eugenia Buosi, CFO da Melhoramentos. A mesa teve moderação de Kin Honda, partner director da KPMG.

O mediador iniciou perguntando como a CFO enxerga a construção de riscos de terceiros na perenidade do negócio.

“Quando a gente olha gestão de riscos, é muito comum que a gente queira olhar a gestão de risco da nossa operação. E aí entra a agenda da gestão de riscos de terceiros: em muitos casos, o problema ou o grande risco não está dentro de casa. Quando a gente fala de gestão de risco, risco operacional, de mercado, reputacional ou financeiro, ele é a materialização de um conflito. E, geralmente, conflito vai envolver uma contraparte. Seja um cliente, seja um fornecedor, seja um prestador de serviços. Então, na hora que a gente está entendendo a nossa cadeia de valores, seja ela antes da nossa operação ou depois da nossa operação, é necessário ver os riscos em cada elo da cadeira, que o que pode implicar de corresponsabilidade”, respondeu Maria Eugenia.

Eduardo Pignata ponderou sobre os impactos reputacionais decorrentes do uso dos caminhões da marca por parte dos clientes.

“O cliente comprou teu produto e serviço e vai fazer o que quiser. Tem um risco reputacional gigantesco, porque qualquer coisa que sai no jornal à noite sai com meu logotipo, embora eu não tenha nenhuma ingerência no que o cliente está fazendo. Como a gente mitiga isso? Meu cliente principal é a concessionária, que é terceira, e não tenho como agir em cima desse empresário, porque o capital e o risco são dele. O que a gente tem que fazer para mitigar risco é repetição, treinamento, capacitação e fiscalização na ponta”, completou Eduardo Pignata.

Gustavo Rela, por sua vez, abordou o quanto a dificuldade de substituir um fornecedor deve ser um fator a ser considerado. Questionado pelo mediador se existem critérios ESG que são eliminatórios, ou se existe uma capacitação de terceiros, o executivo da Volkswagen respondeu:

“A gente tem uma metrificação de sustentabilidade dos fornecedores, uma avaliação de sustentabilidade. O fornecedor tem que atingir um patamar mínimo para ser elegível a fornecer para a gente. E se ele não conseguir, se trabalha junto para se desenvolver, para que ele chegue lá”, comentou.