favicon
Top Decisores

'Gestão de riscos não é somente de responsabilidade das áreas de controles'

Daniela Coelho é Diretora de Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios da Protiviti e ocupa a 19ª posição na lista Corporate & Finance Leading Woman. Nesta entrevista, ela fala sobre o papel cada vez mais central das áreas de Riscos nas corporações e o protagonismo dos gestores nesta prática.

Como descreveria as particularidades da sua atuação em Gestão de Riscos?

A atuação em consultoria permite conhecer um universo amplo de setores, possibilitando entender os riscos que são comuns às empresas, independente da indústria, além de permitir realizar correlações intersetoriais. Adicionalmente, por ser responsável pelos temas de Gestão de Continuidade de Negócios e Gestão de crises, é possível suportar nossos clientes em situações em que os riscos são materializados, trazendo as contingências necessárias para minimizar os impactos aos negócios e à reputação das empresas.

Na sua avaliação, quais são os principais desafios do setor atualmente?

Ainda é importante lembrar que gestão de riscos não é somente de responsabilidade das áreas de controles, como controles internos, gestão de riscos, compliance etc. É fundamental sensibilizar gestores para que assumam o protagonismo para a gestão de riscos das suas áreas e negócios. O aculturamento nos mais diversos níveis ainda é necessário, lembrando à alta gestão que olhar para riscos é uma questão de investimento na perenidade do negócio.

Como avalia a presença feminina em posições de liderança nas grandes corporações?

Percebo que em diferentes setores há uma presença feminina bastante relevante nas temáticas de riscos e áreas afins, principalmente em posições de gestão. Mas ainda há espaço para evolução e maior presença, principalmente no que tange posições de C-level e Conselho de Administração.

Quais os principais temas que devem impactar o setor no próximo ano?

Gestão de riscos está cada vez mais se tornando um tema central para as empresas. A volatidade do cenário global, pressão de investidores, questões regulatórias e novas demandas da sociedade, faz com que gestão de riscos ganhe novas camadas. Um exemplo é em relação ao tema ESG em que as empresas estão buscando mapear os riscos relacionados aos aspectos ambientais, sociais e de governança. Além disso, o uso de tecnologias deve ser um aliado para que as empresas não fiquem somente no diagnóstico de riscos, mas que possam evoluir para uma gestão efetiva.