A 5° edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA) recebeu o painel “LGPD: O Impacto da Gestão de Dados para o Setor Financeiro com mediação de Rodrigo Azevedo, Sócio Coordenador de Direito Digital e Propriedade Intelectual, do Silveiro Advogados. Os painelistas convidados para o debate foram Erik Vieira, Superintendente de Riscos Não Financeiros, do Sicredi, e Vanessa Faleiros, COO do Rio Bravo.
Azevedo, abriu o painel falando sobre a importância dos dados e dados pessoais no setor financeiro, tanto em relação a produtos para tomadas de decisões, como também na criação de produtos para personalização e melhoria do uso dos clientes.
“A vinda da LGPD impacta a forma como podem utilizar os dados, porém ela é de 2018, então por que ainda falamos dela com tanto interesse em 2024? Porém a ANPD só foi regulada em 2021, um ano após a lei ser oficializada e somente no ano passado ela publicou as sanções das penas. Então até 2023, ela não conseguia aplicar sanções, então naturalmente somente no ano passado começaram a ser vistos os processos sancionatórios”, afirmou.
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Na sequência, Vieira trouxe a questão da cultura de gestão de crises no mercado financeiro, principalmente no dia a dia do Sicredi. O superintendente apontou que mesmo que as regulamentações específicas do Banco Central tragam um certo conforto sob o ponto de vista regulatório, ela também traz algumas polêmicas.
“Dependendo do tamanho da empresa, é um tema com pouco investimento e envolvimento baixo da alta liderança, o que pode trazer impactos negativos quando algo acontece. Hoje, ao olharmos para o mercado, saímos do básico e temos cenários mais diversos, onde entram em maior evidência os ataques cibernéticos e o vazamento de dados. Assim, o ecossistema começou a ter uma complexidade maior de cenários. A disciplina de gestão de dados tem uma relevância maior hoje, pois quem garante que um trabalhador trabalhando em casa não tirou uma foto de algo confidencial e a compartilhou com alguém? Então, há um desafio muito grande de contenção”, analisou.
Complementando a fala de Vieira, Faleiros trouxe uma visão de como a Inteligência Artificial e os dados financeiros pessoais vêm sendo tratados na prática no dia a dia da Rio Bravo.
“Ao longo dos últimos 10 anos na Rio Bravo, passamos de enviar cartas com os informes de rendimento para enviar e-mails com anexo, e hoje a inteligência artificial permitiu criar um bot com verificação automática de dados para enviar as informações aos clientes, permitindo maior segurança. A IA conseguiu melhorar todo o processo e reduzir o acesso de pessoas aos dados sensíveis. Então hoje a IA permite melhoria no controle de dados, vendas e segurança. Preferimos, ao invés de proibir o uso da IA, dar treinamento sobre como usá-la e como lidar com dados sensíveis através de um sistema fechado, utilizando o co-pilot da Microsoft. É inevitável usar a IA, então o ideal é treinar os funcionários diariamente e inovar constantemente”, dissertou.