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'É importante pensar em estruturas de planeamento que correspondam à cultura familiar'

Luciana Guaspari de Orleans e Bragança* é head de Wealth Planning do Santander Private Bank. Ocupando a 1ª posição da lista Corporate & Finance Leading Women, ela fala sobre o papel da cultura no planejamento patrimonial e as novas configurações familiares.

Como descreveria os diferenciais da sua atuação junto às famílias atendidas pelo Santander Private Bank?

Após atuar com planejamento patrimonial por mais de 20 anos para famílias, concluo que algumas famílias são bem-sucedidas nas transições patrimoniais multigeracionais. A família moderna está constituída em diferentes formatos e tamanhos. Esta diversidade tem impacto nas relações familiares e na forma como seus membros interagem quando abordam o planeamento patrimonial e sucessório. Especialmente no caso das famílias internacionais, as complexidades são potencialmente maiores pela multiplicidade de países envolvidos. Minha percepção é a de que somente ter documentos de planejamento patrimonial nem sempre significa que os objetivos serão alcançados. Para implementar planos sólidos em nome do nosso cliente, é importante pensar em estruturas de planeamento que correspondam à cultura familiar, além de proporcionar aos membros da próxima geração musculatura patrimonial (com programas de educação financeira, por exemplo) para que eles possam ter maturidade quando chegar seu momento de tomada de decisões. Com base nesses princípios, os pilares das discussões com as famílias são (i) criação de estratégias eficazes e eficientes de transferência de patrimônio com base nas necessidades e desejos únicos de cada família, (ii) planejamento de fluxo de caixa, (iii) planejamento de crescimento e preservação de capital, (iv) planejamento customizado para famílias internacionais, (v) educação financeira das próximas gerações e (vi) planejamento filantrópico do legado social.

Na sua avaliação, quais são os principais desafios do setor atualmente?

As atuais discussões legislativas que potencialmente alteram aspectos fiscais trazem sempre a necessidade de as famílias revisarem o planejamento patrimonial e sucessório.

Como a conjuntura e questões macroeconômicas interferem na atuação de vocês?

A conjuntura e questões macroeconômicas podem trazer alterações relevantes na divisão patrimonial de uma família. Alguns exemplos são a venda da empresa familiar, motivada pelo momento de mercado, aumento de diversificação de moeda ou até pela mudança de uma família para outro país.

Quais são suas perspectivas para o próximo ano?

Devemos acompanhar as discussões quanto a mudanças relevantes em regras fiscais que impactam a organização do legado das famílias. Além disso, esperamos um movimento grande em certos setores de venda das empresas familiares, o que movimenta potencialmente o mercado de M&A, atraindo investimentos locais e internacionais para algumas indústrias.

“Declaro que o conteúdo desta entrevista reflete exclusivamente minha opinião pessoal sobre o tema. As respostas foram produzidas de forma independente inclusive ao Banco Santander (Brasil) S.A. e estão sujeitas a modificações sem aviso prévio. As informações prestadas não configuram aconselhamento jurídico de nenhuma espécie.”