A Rumo foi premiada como Melhor Departamento Jurídico de Infraestrutura na quarta edição do Finance & Law Summit and Awards – FILASA. A que você atribui este fato?
A quarta edição do FILASA reconheceu o Jurídico da Rumo como o melhor na área de infraestrutura. Atribuímos isso à forma como o time jurídico da Rumo tem atuado, próximo ao negócio, influenciando e participando das decisões estratégicas, bem como inovando na construção de soluções que trazem valor para a empresa.
Quais são os principais desafios na gestão jurídica de uma empresa do setor de logística?
O Brasil é um país com grande complexidade e instabilidade no ambiente regulatório. Nesse contexto, os maiores desafios na gestão jurídica de uma empresa brasileira no setor de infraestrutura passam por conseguir superar os obstáculos que esse ambiente de insegurança jurídica e alta litigiosidade geram. Mudanças frequentes nas regras tributárias, regulatórias e na jurisprudência, muitas vezes com efeitos retroativos, ocasionam grande turbulência e ameaçam o plano de negócios e investimentos da empresa, demandando uma forte atuação jurídica para evitar e mitigar tais impactos. Buscar oportunidades que agreguem valor ao negócio é sempre uma prioridade.
Como o Departamento Jurídico se insere na cultura e na estratégia da empresa?
O Jurídico tem papel central na construção da cultura e estratégia empresarial, buscando influenciar as demais áreas da empresa em temas importantes, como integridade, ética, respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e visão de longo prazo nas decisões da companhia.
Quais são as perspectivas da Rumo para os próximos períodos? O que espera do mercado e o que podemos esperar da companhia?
A Rumo possui uma estrutura sólida e estamos trilhando um caminho de protagonismo nas transformações tecnológicas no setor e no desenvolvimento de um modal eficiente, principalmente para atender as necessidades do agronegócio, conectando regiões produtoras aos principais portos do país.
Acabamos de escrever um novo capítulo na história das ferrovias brasileiras ao entregar a Ferrovia Norte-Sul 100% operacional. Agora, temos como desafio atrair novos clientes – não apenas do agro, mas também da indústria – para o transporte ferroviário, oferecendo uma solução eficiente, estratégica e sustentável. Além de expandir nossos condomínios logísticos para possibilitar a diversificação de cargas atendidas.
Outro ponto de destaque no nosso horizonte são as obras da nova Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso. Entregamos em maio deste ano a primeira grande obra, que é a construção do viaduto ferroviário em Rondonópolis, iniciada em novembro passado. Foi o pontapé inicial de um projeto em que as obras que serão executadas nos próximos anos em direção ao norte de Mato Grosso.
A nova ferrovia irá garantir mais capacidade e competitividade logística para as exportações do estado via Porto de Santos, principalmente considerando as operações de soja, milho e farelo de soja. Além disso, irá interligar Mato Grosso ao restante do país, permitindo um fluxo interno mais competitivo para mercadorias, como etanol de milho, derivados de petróleo, e bens de consumo (em contêineres), e estimulando a instalação de novas indústrias na região.
Por fim, com relação aos avanços do setor, vale reforçar que a Rumo apoia toda iniciativa que vise o desenvolvimento do modal ferroviário no país. Acreditamos que o desenvolvimento depende de uma visão integrada de infraestrutura entre o poder público e as empresas privadas. O país vive um desafio fiscal muito grande e a iniciativa privada tem condições para fazer investimentos que não podem esperar. Criar condições para viabilizar essa parceria público-privada é o que se espera dos nossos governantes, pensando no potencial para impactar positivamente a infraestrutura e a economia do país.
