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Inovação & PI

‘Dentro do conceito de Novos Negócios, as parcerias são fundamentais’

Raphael Nascimento e Brunno Montolli são sócios da nnHub, consultoria mineira focada no desenvolvimento de novos negócios com base na concepção de “Motor 2”. Nesta entrevista, eles explicam este conceito e falam sobre os pilares para diversificação nas organizações.

Quais são os principais diferenciais da nnHub em comparação com outras consultorias no mercado?

Brunno Montolli: A NNhub desenvolve o Motor 2 das companhias, de maneira dedicada e exclusiva e, principalmente, com foco na execução.  Criado pela consultoria Bain & Company, o conceito de Motores 1 e 2 nas empresas desempenha um papel fundamental em seu crescimento, seja da nova economia ou na tradicional.

E ter essa dedicação exclusiva ao Motor 2 da empresa é o que garante que elas sejam o que se chama de ambidestras. Um artigo publicado pela Harvard Business Review aponta que quando elas são efetivamente ambidestras mais de 90% alcançam suas metas e objetivos. A ambidestria organizacional se baseia em dois conceitos: exploitation e exploration. O exploitation se refere às inovações que melhoram o core business da empresa, a partir da otimização de processos e produtos. O exploration se refere às inovações que abrem novos mercados a partir da criação de soluções disruptivas e diferenciadas.

O primeiro ponto é que somos a única consultoria especializada em Novos Negócios, dando a real importância à ambidestria necessária às organizações, que visam longevidade.

O segundo ponto é que diferente das demais consultorias, aplicamos nossos três pilares: intelectual-estratégico-executor (sendo este último de suma importância).

Outro diferencial é que os nossos projetos levam em consideração as particularidades de cada empresa para se definir o caminho a ser seguido. Entendemos que os novos negócios vão surgir das forças e oportunidades das empresas e não de uma solução “genérica” do mercado.

Você poderia dar mais detalhes sobre como vocês exploram o chamado ‘motor 2’?

Raphael Nascimento: A NNHub tem uma atuação específica no motor 2 das empresas, o que garante que ela consiga estruturar um novo modelo de negócio que vai apoiar na perpetuidade e longevidade da empresa. Sua abrangência de atuação, em toda a jornada, passa por todas as áreas, criando assim maior conexão e eficiência entre elas e, assim, torna possível personalizar cada cliente ou projeto, entendendo as reais necessidades, recursos e momento. Importante destacar que atuamos em três frentes: intelectual, estratégia e na de execução. Por isso, vamos além do que seria o trabalho de consultoria, pois passamos a integrar o time das companhias, conduzindo os projetos e ações em si.

O Motor 2 está voltado para crescimento do futuro de uma organização, trazendo o questionamento dos rumos que aquela marca e, principalmente, aquele mercado estão tomando. Ele será agente motivador de novas receitas (seja atuando em outros canais, com diferentes formatos, ou categorias), inovação, e mesmo a entrada em novos mercados, novos produtos, um novo negócio disruptivo ou mesmo, investimentos. A pesquisa para eventuais oportunidades de aquisições, fusões e criações de joint ventures está dentro desse processo.

A implantação do motor 2 gera uma oportunidade de quebra de paradigmas e cultura para as empresas. Modelos de negócios que gerariam conflitos de processos, burocracias e até de mindset, no motor 2 são trabalhados de forma independente. Removemos todas as ineficiências e burocracias, ajudando assim as empresas a testarem um novo modelo de cultura “mais leve” com menos conflitos internos.

Uma grande caraterística que o motor 2 precisa ter é: ser leve. Só assim ele consegue testar mercados e oportunidades de maneira rápida e flexível.

Outra forma de explorar melhor o motor 2 é por meio da economia colaborativa, na qual várias atividades que antes eram internalizadas pela empresa agora passam a ser executadas por parceiros mais eficientes, gerando assim um ecossistema de negócios complementares.

Como vocês acompanham as tendências do mercado de modo traçar a melhor estratégia de direcionamento do ‘motor 2’ junto aos clientes?

Brunno Montolli: Especificamente aos projetos, iniciamos com o Diagnóstico, sendo um mapa estratégico o qual vamos explorando para ajudá-los nesta estruturação. Sendo um mercado desconhecido, haverá ainda mais estudo de nossa parte, dentro e fora da organização. Em linhas gerais, somos estudiosos, estamos sempre em movimento, fazendo cursos, aperfeiçoando, buscando ambientes enriquecedores e networking que permita nossa evolução.

Raphael Nascimento: Do nosso lado, estamos sempre presentes em feiras, eventos, cursos, palestras, nos mantendo atualizados quanto às tendências de mercado. Do lado do cliente, provocamos para entendermos sua visão de mercado e realizamos um estudo de mercado por meio dos concorrentes e mercados similares. A estratégia de direcionamento vai da negociação entre o que identificamos de oportunidade e o apetite do cliente a exploração das oportunidades.

Como vocês estruturam parcerias estratégicas para impulsionar o crescimento dos negócios?

Raphael Nascimento: Diferente de uma consultoria “tradicional”, que entra nas empresas e olha o negócio de fora, nós da nnHub quando estamos em um projeto olhamos a empresa de dentro para fora. Nós entramos, analisamos, e damos a indicação de como diversificar o empreendimento e como fazê-lo. Colocamos a “mão na massa”, trazendo para a empresa soluções efetivas de implementação do plano de ação traçado. Podemos trazer para compor o quadro de funcionários daquela empresa um executivo de renome, que será um valioso asset para compor o projeto e ajudar no seu desenvolvimento. Com isso, ganham todos: a empresa, que passa a contar com um know-how ímpar de um profissional gabaritado sem ter que abrir uma posição com este cargo, e o especialista, geralmente alguém com anos de mercado que está disponível e prefere naquele momento não ficar restrito a uma companhia específica de maneira fixa.

Estruturar parcerias é parte do DNA. Dentro do conceito de Novos Negócios, as parcerias são fundamentais, abordando todo ecossistema envolvido. De concorrentes (que podem tornar-se parceiros futuros ou clientes), a parceiros do sistema que podem ajudar nestas alavancas.

Embora todas saibam da necessidade e até desejem criá-las, o modelo de parceria ainda é uma barreira nestas negociações. O próprio mercado hoje em dia já enxerga a necessidade de trabalhar com esse formato. Grande parte do que fazemos na estruturação de parcerias é desenvolver um modelo de negócio “ganha-ganha” para que haja uma maior atratividade entre parceiros.

Que conselhos vocês dariam para empreendedores que estão planejando investir na diversificação dos seus empreendimentos?

Brunno Montolli: Considero três pontos chaves para uma organização ter longevidade: Pessoas – Governança – Novos Negócios. Aconselho como primeiro passo avaliar o real e verdadeiro desejo de buscar este cenário. O board deve estar ciente e disponível para a real aplicação, que envolverá investimento, testes, erros e descobertas. O motor 1 deve estar saudável, pois, em caso negativo, desenvolver este motor 2 pode não ter o tempo e a maturidade necessária em relação ao cenário atual.

Investir em Novos Negócios exige etapas, sendo as iniciais operando dentro do core business, da base de clientes, das forças desta organização. Após, vamos avançando em novos formatos, canais e até mesmo, negócios adjacentes operando em separado.

1 – Arrume sua casa primeiro.

O desenvolvimento de um novo negócio deve ser estratégico e ancorado pelo motor 1. Quando a empresa não possui bases de gestão para apoiar sua estratégia, um novo negócio entra como uma aposta, um tiro no escuro com baixo nível de perpetuidade.

Organize a gestão da empresa, seja competitivo e tome decisões baseadas em dados.

2 – Esteja confortável em se sentir desconfortável

Um novo negócio exige novos conhecimentos, novas atitudes, sair da zona de conforto. A todo instante você será bombardeado de questionamentos que ainda não possuem respostas definitivas. A evolução não é apenas dos negócios, mas das pessoas também.

3 – Seja simples

Negócios complexos tendem a exigir maior tempo de maturação e menor previsibilidade dos resultados. Quanto mais simples, mais rápido e previsível são os resultados.

4 – Erre rápido

Aprendemos mais com o erros do que com os acertos, mas é importante que estes erros sejam pequenos e rápidos.