O painel “ESG na prática: monetização dos pilares na cadeia de terceiros” foi apresentado pela KPMG na 6ª edição do Finance & Law Summit and Awards (FILASA). Compuseram a mesa Eduardo Pignata e Gustavo Rela, ambos da Volkswagen, e Maria Eugenia Buosi, CFO da Melhoramentos. A mesa teve moderação de Kin Honda, partner director da KPMG.
O mediador iniciou perguntando como a CFO enxerga a construção de riscos de terceiros na perenidade do negócio.
“Quando a gente olha gestão de riscos, é muito comum que a gente queira olhar a gestão de risco da nossa operação. E aí entra a agenda da gestão de riscos de terceiros: em muitos casos, o problema ou o grande risco não está dentro de casa. Quando a gente fala de gestão de risco, risco operacional, de mercado, reputacional ou financeiro, ele é a materialização de um conflito. E, geralmente, conflito vai envolver uma contraparte. Seja um cliente, seja um fornecedor, seja um prestador de serviços. Então, na hora que a gente está entendendo a nossa cadeia de valores, seja ela antes da nossa operação ou depois da nossa operação, é necessário ver os riscos em cada elo da cadeira, que o que pode implicar de corresponsabilidade”, respondeu Maria Eugenia.
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Eduardo Pignata ponderou sobre os impactos reputacionais decorrentes do uso dos caminhões da marca por parte dos clientes.
“O cliente comprou teu produto e serviço e vai fazer o que quiser. Tem um risco reputacional gigantesco, porque qualquer coisa que sai no jornal à noite sai com meu logotipo, embora eu não tenha nenhuma ingerência no que o cliente está fazendo. Como a gente mitiga isso? Meu cliente principal é a concessionária, que é terceira, e não tenho como agir em cima desse empresário, porque o capital e o risco são dele. O que a gente tem que fazer para mitigar risco é repetição, treinamento, capacitação e fiscalização na ponta”, completou Eduardo Pignata.
Gustavo Rela, por sua vez, abordou o quanto a dificuldade de substituir um fornecedor deve ser um fator a ser considerado. Questionado pelo mediador se existem critérios ESG que são eliminatórios, ou se existe uma capacitação de terceiros, o executivo da Volkswagen respondeu:
“A gente tem uma metrificação de sustentabilidade dos fornecedores, uma avaliação de sustentabilidade. O fornecedor tem que atingir um patamar mínimo para ser elegível a fornecer para a gente. E se ele não conseguir, se trabalha junto para se desenvolver, para que ele chegue lá”, comentou.